Opinião: Quem vai investir?

12 de julho de 2021

O retorno à cobrança de imposto de renda sobre os lucros distribuídos pelas empresas, parte do mais novo capítulo da novela da reforma tributária que vai emergindo da montanha governamental, é uma proposta que carece de toda e qualquer razoabilidade, principalmente em face das condições atuais da economia brasileira.

É que, à toda evidência, uma tal proposta constitui um desestímulo ao investimento em novos negócios, tão necessário ao sonhado crescimento de nossa economia e à geração de empregos.

Porque o ato de investir em novos negócios, ou mesmo no crescimento dos negócios já existentes, não é fruto de mero diletantismo ou um acesso de patriotismo desinteressado…

Esse investidor é movido pela perspectiva de que o seu investimento venha a lhe propiciar, em momento futuro, um retorno compensador, através da distribuição dos lucros gerados pelo negócio objeto do seu ato.

E isto, é preciso que se diga, não tem nada de espantoso, de pecaminoso ou de censurável.

Quem arrisca o seu dinheiro, criando empresas ou propiciando o crescimento das já existentes, o faz com o intuito de lucrar.

Isto faz parte da economia capitalista e, ao que se saiba, não vivemos em um regime socialista.

Enfim, resta esperar que o Congresso Nacional, em um arroubo de lucidez, negue aprovação a tamanho desatino.

 

Artigo de opinião escrito por Guido Pinheiro Côrtes
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